O que está oculto nos laços sexuais

Quando há uma atividade sexual entre dois adultos sem qualquer reserva, é então estabelecido um vínculo entre ambos que dura por toda a vida.

A profundidade disso pode ser verificada quando essas pessoas se separam: uma vez estabelecido o vínculo, a separação não é fácil e envolve culpa e dor. Elas estabelecem um novo vínculo quando conhecem outros parceiros e se relacionam sexualmente – mas este relacionamento só tem sucesso quando o vínculo aos parceiros anteriores é reconhecido e honrado.

Quando se forma um casal, também haverá problemas se um parceiro busca no outro um amor incondicional como uma criança busca em seus pais. Isso provoca uma crise na relação fazendo com que aquele de quem se esperou demais se retraia ou se afaste. Ao transferir-se para relação de casal uma ordem própria da infância comete-se uma injustiça com o parceiro. Se um diz ao outro algo como”eu não posso viver sem você”, o outro tende a afastar pois tal exigência entre adultos é inadmissível e intolerável.

Portanto faz parte da relação a dois que ambos se reconheçam como iguais. Qualquer tentativa de colocar-se em uma atitude de superioridade própria dos pais ou de dependência característica da criança restringe o fluxo de amor entre o casal e coloca a união em perigo.

Outra grave consequência para um casal resulta do emaranhamento de cada parceiro com seu grupo familiar. Por se tratar de um processo inconsciente, torna-se incompreensível. Essa transferência é a razão por trás de muitas crises “inexplicáveis” em casamentos.

A constelação ajuda a reconhecer todos esses padrões inconscientes e que não são saudáveis nos relacionamentos. Ela coloca em ordem o pertencimento, a hierarquia e o equilíbrio em uma relação íntima entre um casal. Desta foma se estabelece uma troca em que ambos são iguais e assim podem viver em harmonia.

(Adaptação de textos de Bert Hellinger no livro O amor do espírito e no artigo El inconsciente colectivo y las constelaciones familiares. Reprodução permitida com crédito para Boletim CONSTELAR de Marilise Einsfeldt.)