Familienstellen – A história das constelações familiares – Parte 1


Durante a Segunda Guerra Mundial, Bert Hellinger era adolescente e participava de encontros da juventude católica que eram ilegais na época. Ao fazer isso Bert corria um risco – e realmente chegou a ser capturado e preso por agir segundo suas convicções.

Isso mostra uma maneira de ser que ele manteve durante toda a vida: seguir seus instintos, sua intuição e a sua verdade apesar de todas as adversidades externas.

Depois da guerra, Hellinger tornou-se padre no início da década de 1950 e foi missionário na África, onde trabalhou com tribos Zulu.

Por quase 20 anos Hellinger aprendeu a cultura deste povo, seus rituais e a importância dada aos ancestrais – que eram vistos como fonte de força e apoio à geração presente.

Posteriormente Helliger abandonou a igreja e levou tais conhecimentos por uma abordagem mais terapêutica.

Na década de 1970 ele retornou para a Alemanha, estudou várias terapias e começou a integrar o trabalho de sistemas familiares desenvolvidos por Virginia Satir e Jacob Moreno.

Porém, Bert Hellinger criou uma abordagem distinta, com base fenomenológica. Diferente do trabalho de Satir e Moreno, ele não usava informações conhecidas sobre a família e com isso conseguia trazer as dinâmicas ocultas à tona.

Foi com a observação das dinâmicas ocultas que Hellinger descobriu as Ordens da Vida: pertencimento, hierarquia e equilíbrio. Em conjunto com a descoberta das consciências, elas definiram o trabalho único desenvolvido por Hellinger e que foi chamado de Familienstellen.

Esta palavra confundiu-se com a palavra Familienaufstellung, que foi traduzida como Family Constellation em inglês e Constelação Familiar em português.

Este termo já era usado desde a década de 1920 por Carl Jung e Alfred Adler em relação a como o comportamento do membro de uma família afeta os outros e não descreve exatamente o que Bert Hellinger fazia.

A diferença entre o trabalho de Hellinger e outros que utilizam o termo “constelação familiar” é que os outros veem um efeito do qual não se conhece a causa, enquanto a abordagem de Hellinger revela as dinâmicas ocultas que causam as dificuldades e assim possibilita soluções.

Mesmo antes de ter noção disso, Hellinger sempre trabalhou com o que hoje é cientificamente conhecido como campo mórfico: um campo de conhecimento que atravessa o tempo e o espaço sem perder a intensidade e traz todas as informações de um sistema familiar.

Isto é Familienstellen, o trabalho original de Bert Hellinger difundido em todo o mundo pela Hellinger Schule criada por Sophie Hellinger e da qual existem alguns multiplicadores no Brasil.

Agora que você já sabe como surgiu a Familienstellen e o que a difere das outras abordagens de constelações familiares, veja no próximo mês o Boletim CONSTELAR com o tema Familienstellen – Parte 2 – A prática.

(Texto de Marcos Alexandre. Reprodução permitida com crédito para o Boletim CONSTELAR de Marilise Einsfeldt.)

Assista aqui à live com Marilise Einfeldt e Marcos Alexandre que fala sobre este tema