Empresas têm alma: como funciona a constelação empresarial

Para ter sucesso, além de estabelecer as funções com clareza, uma empresa deve colocar as pessoas certas nos cargos certos e planejar bem o seu crescimento. Porém há situações complicadas que se refletem no faturamento, na imagem e no futuro de uma empresa independente da competência de gestores e funcionários.

Quando aplicada a uma empresa, a constelação revela o que está causando 
desarmonia e os problemas organizacionais que não podem ser conhecidos de outra forma – e portanto não são resolvidos e causam consequências. Ao revelar as dinâmicas ocultas a constelação favorece a solução de cada situação.

Isso acontece porque a constelação é baseada nas Ordens da Vida de Bert Hellinger (pertencimento, hierarquia e equilíbrio) e trata qualquer tipo de questão: pessoal, familiar, profissional, de saúde e inclusive organizacional, pois estas ordens atuam nas famílias, nas pessoas e em todo o universo – e não seria diferente nas empresas.

Segundo a ordem do pertencimento é necessário que a história da empresa seja vista e honrada. Isso inclui fundadores, sócios e funcionários presentes e passados que contribuíram de forma importante para a organização. Quando isso não acontece da forma correta, a exclusão se manifesta na empresa como conflitos e dificuldades inexplicáveis.

Na ordem da hierarquia as pessoas devem reconhecer quem chegou primeiro na empresa, independente da função. Além disso, cada um deve ocupar seu cargo e desempenhar seu papel sem interferir nos cargos e papéis dos outros.

A ordem do equilíbrio trata da retribuição da empresa pelos serviços prestados pelos funcionários, assim como do reconhecimento por parte dos funcionários pelos benefícios e recompensas proporcionados pela empresa.

Um artigo no site da revista Exame traz o depoimento de Ana Lúcia Caltabiano, da GE América Latina. Segundo ela a constelação foi uma experiência ousada e transformadora.

A questão da empresa era: O que ainda não sabemos que é importante para a nossa transformação organizacional? “Observando a constelação tive vários insights sobre o que estava acontecendo e que eu não estava vendo. Com estes insights, tomamos ações, ajustamos o projeto da nova estrutura e reconheci que a transformação era mais profunda e complexa do que eu estava vendo. Cada uma das pessoas aprendeu muito e nos ajudou a enxergar coisas que não conseguíamos ver de outra forma. Foi uma intervenção que ficou e nós mudamos de verdade”, afirma Ana Lúcia.

Outro exemplo da aplicação das constelações aconteceu em uma empresa familiar de tecnologia que estava em um momento delicado após a morte do fundador. A constelação focou no emaranhado familiar e nas dinâmicas entre os filhos e outros elementos da organização. Meses depois, as mudanças aconteceram na empresa conforme indicadas na constelação: um dos filhos abriu um novo negócio, outro obteve sucesso em um novo cargo e tanto os colaboradores como os acionistas e os clientes estavam satisfeitos com a nova situação.

Cada vez mais as empresas usam a constelação como base para resolver dificuldades, preparar equipes, desenvolver produtos, tomar decisões, avaliar projetos e conectar-se com os clientes.

(Artigo de Marcos Alexandre com adaptação de textos de Anne K. no site Administradores e de José Luiz Weiss no site Exame. Reprodução permitida com crédito para Boletim CONSTELAR de Marilise Einsfeldt.)