Como realmente podemos ajudar pessoas


Quem tenta ajudar pessoas sem entender e seguir as Ordens da Ajuda sempre vai falhar e é por isso que nem todos podem auxiliar os outros com as constelações familiares ou outras abordagens de apoio e amparo na solução de problemas.

Na página 107 do livro O amor do espírito, Bert Hellinger diz que ajudar é uma arte que pode ser aprendida e praticada. Segundo ele, para que uma constelação ajude alguém ela deve promover o seu crescimento interno.

“Como algo cresce? Primeiro, quando é nutrido; segundo, quando precisa se impor contra forças que se opõem ao crescimento. Muitos ajudantes, frequentemente, preferem focar na nutrição e recuar perante o
conflito”, diz Hellinger.

Primeira Ordem da Ajuda é dar apenas o que se tem. Na página 108 do livro O amor do espírito, Bert Hellinger afirma que “essa humildade e essa renúncia contradizem muitas ideias tradicionais sobre a maneira correta de ajudar, expondo, frequentemente, o ajudante a graves acusações e ataques.” Esta postura do ajudante porém é o que pode dar resultados e realmente permitir que ele auxilie quem o procura.

Segunda Ordem da Ajuda é respeitar o destino e as escolhas do cliente. Bert Hellinger diz que “querer ajudar contra as circunstâncias enfraquece tanto o ajudante quanto aquele que espera ajuda.” O volume 15 da Comunidade Acadêmica de Estudos de Constelações Familiares, que será lançado dia 17 de agosto, vai tratar exclusivamente desta Ordem. Na seção Boas Práticas, por exemplo, este volume vai trazer 9 maneiras pelas quais terapeutas, consteladores e pessoas que trabalham com pessoas podem realmente ajudar quem os procura. Se você trabalha com pessoas você precisa conhecer estas práticas e aplicá-las.  

Terceira Ordem da Ajuda é tratar o cliente como adulto e não assumir o papel de seus pais. Conforme Bert Hellinger: “Essa dureza é criticada por muitos como arrogância, embora, olhando com exatidão, o ajudante seja muito mais arrogante numa transferência da relação entre pais e filhos. É isso que diferencia de modo fundamental as Constelações familiares e a psicoterapia habitual.”

Quarta Ordem da Ajuda é reconhecer o sistema familiar do cliente. “O que podemos fazer pelos clientes quando começam a reclamar de seu destino ou de seus pais? Nada. Não podemos e não devemos ajudar essa pessoa. Aquele que procura uma solução de maneira adulta sente o procedimento sistêmico como uma libertação e uma fonte de força”, diz Hellinger.

Quinta Ordem da Ajuda é ajudar sem julgamento. Essa é a mais difícil de todas as Ordens porque os consteladores não entendem o que é o não-julgamento. Fazem muitos cursos e especializações mas não conseguem entender e por isso não conseguem ajudar seus clientes. Na página 111 do livro O amor do espírito, Bert Hellinger explica que “tão logo tomemos partido, não podemos mais ajudar. Por exemplo, se nós tomarmos partido do outro contra seus pais, contra o seu patrão, contra a sociedade malvada ou não importa o que seja, não poderemos ajudá-lo mais. Existem situações onde tomamos partido instintivamente. Por exemplo, quando alguém fala de incesto, de abuso sexual, de estupro, de um pai agressivo ou de um parceiro agressivo. Instintivamente, ficamos do lado da vítima e contra o ofensor. Entretanto, fazendo isso, perdemos nosso chão. A diferenciação entre o bom e o mau é um obstáculo importante para a verdadeira ajuda.” Se nem os consteladores que estudam constelações sabem o que é o não-julgamento, para outras pessoas isso pode ser mais difícil ainda. Por isso, quem quiser realmente entender o que é o não-julgamento, independente de sua profissão, pode acessar o volume 10 da Comunidade Acadêmica de Estudos de Constelações Familiares. Lançado em março deste ano, este volume traz várias seções com exercícios para utilizar nos atendimentos a clientes, boas práticas para desenvolver o não julgamento, respostas a perguntas e depoimentos e experiências de alunos.  

Texto de Marcos Alexandre. Reprodução permitida com crédito para o Boletim CONSTELAR de Marilise Einsfeldt.

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