Como a adoção pode dar certo

Muitas vezes uma adoção acontece para suprir uma necessidade interna dos pais adotivos, por eles não poderem ter filhos biológicos ou por desejarem que a criança cumpra certas expectativas, torne-se o que eles desejam ou conserte algum problema emocional pessoal e/ou do casal.

Se uma adoção acontece assim, os pais e os filhos enfrentarão dificuldades.

Então como uma adoção pode dar certo?

Quando os pais adotivos somente querem oferecer condições para que uma criança cresça, se desenvolva e siga o seu caminho. O papel dos pais adotivos é então garantir a sobrevivência de uma criança, e quando eles ficam neste lugar a adoção pode dar certo.

Os pais adotivos não deram a vida a uma criança. Eles zelam por essa vida.

Além disso, eles devem sempre respeitar os pais biológicos na criança. Isso nada tem a ver com conhecê-los pessoalmente, muito menos conviver com eles.

Se os pais biológicos não são respeitados pelos adotivos, o filho vai repetir estes pais – mesmo que não os conheça e nem queira fazer isso. Simplesmente o filho terá comportamentos difíceis e agressivos. Vai se tornar igual a um dos pais biológicos e repetirá o seu destino.

Assim, apesar de todas as boas intenções os pais adotivos condenam seus filhos a uma vida de sofrimento.

Respeitar os pais biológicos não é concordar com o que eles fizeram, nem ter pena deles. Os pais adotivos têm portanto em suas mãos o grande poder para libertarem seus filhos.

Se você tem um filho adotivo, considere isso.

Do ponto de vista do filho adotivo, é importante que ele seja grato ao pai e à mãe que lhe deram a vida. Por mais difícil que tenha sido para a mãe, ela gestou o filho até o final. Por mais que o pai tenha se afastado, ele deu a vida a este filho. Um filho nunca sabe o que se passa com um pai, e por isso não cabe a ele julgar a quem lhe deu a vida. Basta agradecer aos pais que ele carregará em suas células por toda a sua existência – e que ele verá também em seus próprios filhos biológicos.

(Texto de Marilise Einsfeldt. Reprodução permitida com crédito para a autora e para o Boletim CONSTELAR.)