A visão sistêmica da homossexualidade

Todas as pessoas pertencem a um sistema familiar. Todos são essenciais a ele e a consciência familiar assegura esse pertencimento pois é isso que traz equilíbrio.

Portanto, quando há uma exclusão de alguém por ser diferente, ocorrem consequências para os membros que posteriormente farão parte desse sistema.

“Eu vi muitos casos em que pessoas se identificaram com antepassados excluídos da família por serem homossexuais”, disse Bert Hellinger em uma entrevista a Humberto del Pozo no Chile em 1999.

Hellinger disse também que não se pode fazer qualquer tentativa para mudar algo na orientação sexual de alguém e que o trabalho com pessoas homossexuais nas constelações não coloca a homossexualidade como uma tema principal – apenas atua como em qualquer outra situação: traz à tona os emaranhados que podem estar limitando uma pessoa a viver em plenitude.

Além da identificação com antepassados excluídos devido à orientação sexual, há algumas outras situações comuns observadas nas dinâmicas ocultas de pessoas homossexuais – porém não são uma regra e não se pode dizer que sejam a causa da homossexualidade pois a alma não tem gênero e essas dinâmicas podem ocorrer justamente porque a pessoa já nasceu homossexual.

São dinâmicas que acontecem na infância quando uma criança representa uma pessoa do sexo oposto ao seu, como por exemplo:
– Um irmão ou irmã que morreu cedo e não é mais visto(a) pela família
– Um(a) ex-parceiro(a) do pai ou da mãe que não foi respeitado(a)
– Um membro do sistema que sofreu calúnias e é visto como vilão

Outra questão a ser considerada é a união afetiva entre duas pessoas do mesmo sexo. Assim como casais heterossexuais sem filhos biológicos, é interessante observar que casais homossexuais que querem manter um relacionamento saudável não conseguem fazer isso se o objetivo da união é apenas evitar a solidão: é necessário que o casal tenha metas e objetivos em comum para que haja estabilidade no relacionamento.

Vemos assim que as leis de pertencimento, hierarquia e equilíbrio ordenam todos os sistemas familiares e cada pessoa é única e tem seu lugar dentro desse sistema para que a vida flua. Essa compreensão permite que as diferenças sejam vistas com uma visão mais ampla.

(Texto de Marcos Alexandre. Reprodução permitida com crédito para o Boletim CONSTELAR de Marilise Einsfeldt.)

Assista aqui à live com Marilise Einfeldt e Marcos Alexandre que fala sobre este tema