“Frequentemente cometemos ações más com boa consciência e ações boas com má consciência.”
– Bert Hellinger no livro O amor do espírito, página 28
Além das Ordens do Amor e das Ordens da Ajuda, outra descoberta de Bert Hellinger é imprescindível para a compreensão da alma humana e para entendermos as verdadeiras causas de conflitos, doenças e dificuldades que temos na vida: a existência da boa consciência e da má consciência.
Porém estes termos não definem se algo é bom ou mau: eles definem o nosso vínculo de pertencimento ao sistema familiar.
A boa consciência significa: eu pertenço a este grupo e faço o que é considerado correto nele.
A má consciência significa: eu faço algo diferente dos outros membros deste grupo, portanto posso perder o meu direito de pertencer a ele.
Como somos regidos pelo impulso de pertencimento, “nós nos sentimos bem quando temos boa consciência e mal quando temos má consciência”, diz Hellinger na página 50 do livro O amor do espírito.
E na página 178 ele acrescenta: “Os grandes conflitos começam na alma, sob a influência da boa consciência.”
Mas se nos sentimos bem quando estamos na boa consciência, por que estar nela gera conflitos?
Porque além da necessidade de pertencer, nós temos uma necessidade de evoluir.
E a evolução só pode acontecer quando deixamos a boa consciência e nos movimentamos em direção à má consciência.
Por exemplo: na boa consciência da sua família, seus membros devem ter pouco dinheiro e passar por dificuldades financeiras. Foi assim com o seu tataravô, com o seu trisavô, com o seu bisavô, com seu avô e com seu pai. Todos seguiram essa boa consciência e viveram com dificuldades. Você não quer passar por isso: você quer ter muito dinheiro e uma boa vida financeira. Mas não foi assim que seus antepassados viveram, e você só vai conseguir viver de forma diferente se você for para a má consciência.
E fazer isso é algo muito difícil porque de forma inconsciente não queremos deixar de pertencer à família e a viver como nossos antepassados viveram. Assim, ficamos presos em um movimento oculto de repetição de padrões.
É por isso que tantos conflitos nunca são resolvidos: porque não nos damos conta desse movimento e assim nunca conseguimos mudar e evoluir
A constelação é a maneira de perceber tudo isso e ir em direção à evolução.
Outras terapias não conseguem chegar a esse nível de profundidade, mas a constelação apresenta uma escolha que permite nos libertarmos e seguirmos de forma correta para a má consciência e para a evolução.
Para isso é preciso apenas que a constelação seja verdadeira, seja feita corretamente e siga as Ordens da Ajuda.
Texto de Marcos Alexandre. Reprodução permitida com crédito para o Boletim CONSTELAR de Marilise Einsfeldt.