Não adianta fugir: quem vive vai passar por algum tipo de dor física e emocional durante a sua estada na Terra – e provavelmente vai ser assim para sempre.
Isso é bom ou ruim?
É uma questão de decisão.
O sofrimento pode ser ruim quando decidimos deixar que ele nos impeça de ter uma vida plena, e pode ser bom quando decidimos usá-lo para nos impulsionar para uma vida melhor.
Só não podemos ignorar que o sofrimento existe: a questão é decidir o que fazer com ele.
Para quem decide permanecer em um papel de vítima e deixar que o sofrimento controle sua vida, não há o que fazer.
Para quem decide usar o sofrimento para crescer, há um caminho a seguir: transformá-lo em sabedoria e poder para evoluir e até ajudar outras pessoas.
Fazer essa transformação não é fácil pois exige coragem e responsabilidade – e a constelação familiar é uma maneira eficaz de trilhar esse caminho porque nos leva a dar o primeiro passo nele: a aceitação.
A constelação trata a aceitação de uma forma diferente de outras terapias, pois nela não há julgamentos: apenas o entendimento da vida, das pessoas e dos fatos como eles são de verdade.
Aceitação não significa ser conivente com comportamentos agressivos nem colocar a si mesmo e a outras pessoas em situações perigosas. Apenas significa entender por que as coisas acontecem mesmo que pareçam sem sentido ou injustas. Isso traz um grande alívio que nos permite chegar a uma solução e realmente fazermos algo diferente.
Muitas vezes também as situações que causam dor e o sofrimento estão enraizadas em situações ocultas dentro de uma família. Como o sistema familiar sempre busca o equilíbrio, mais cedo ou mais tarde alguém vem para mostrar esses segredos. Como se trata de algo que não se conhece, eles só podem ser revelados em uma constelação.
E somente o que é conhecido pode ser resolvido.
Por isso é tão importante que a constelação seja feita dentro das Ordens da Ajuda: para revelar o que está no campo mórfico, que traz informações independente do tempo e sempre busca o equilíbrio. Nada nem ninguém pode ser excluído dele.
Quando as emoções contidas são finalmente expressadas e quando o que é era escondido é visto, então acontece a transformação da dor em poder de ter uma vida diferente, mais plena e feliz.
A constelação é essencial para esse conhecimento do nosso mundo interno, que não conseguimos acessar sozinhos. Essa ajuda é necessária para ver a verdade e só assim pode acontecer uma transformação.
Portanto, ninguém está condenado a uma vida de sofrimento. Há apenas uma decisão a ser tomada. A solução não é fugir da dor: é lidar com ela da melhor forma possível.
Como diz Brené Brown: “Somente quando temos a coragem de explorar o que está oculto é que vamos descobrir o infinito poder da nossa luz.”
Texto de Marcos Alexandre. Reprodução permitida com crédito para o Boletim CONSTELAR de Marilise Einsfeldt.