Em Constelações há dois conceitos de amor: o amor claro, que uma pessoa sente quando está em seu lugar de filho em relação a seus pais, e o amor cego, que uma pessoa sente quando inconscientemente quer fazer algo para que seus pais se sintam felizes.
Nós geralmente vivemos no amor cego. Através de doenças e condutas mostramos a nossos pais os segredos de família e os que foram esquecidos ou excluídos. Vivemos equivocados e não percebemos a realidade como ela é, mas pelo enfoque das experiências de nossos ancestrais que nos foram passadas pela memória celular.
Repetimos os sucessos e os fracassos de quem nos precedeu na vida, e essa fidelidade combinada com o amor cego nos impede que sejamos nós mesmos. Somos regidos pela necessidade de pertencimento ao sistema familiar, o que nos obriga a saldar as dívidas do passado e repetir situações dolorosas mesmo que não tenhamos consciência disso.
As motivações de cada membro de uma família estão enraizadas neste contexto. Isso significa que a estrutura básica da nossa existência é determinada, ao menos parcialmente, pelas nossas gerações anteriores.
Algo que aconteceu há muito tempo influencia quem vamos escolher para nos relacionarmos, quantos filhos teremos, nossa vocação, nossas doenças e até acidentes.
Desta forma, o filho mais rebelde de uma família pode ser na realidade o mais leal, pois as regras dos sistemas familiares são implícitas e não seguem uma lógica evidente.