A ideia de que devem e podem assumir algo pelos ancestrais causa problemas intermináveis às crianças e também para os pais, pois quem tenta assumir algo por quem veio antes sempre fracassa.
Muitas crianças tomam a liberdade de assumir algo pelos pais para ajudá-los. Então a criança diz para a mãe ou ao pai frases internas tais como: ”Eu assumo isso por você” ou “Vou morrer em seu lugar”. Isso acontece por amor – mas um amor cego que leva a drogas, comportamentos agressivos ou suicídio.
Muitas vezes também a criança que pensamos estar se comportando de forma estranha está conectada com uma pessoa excluída da família. E aqui entram os conceitos de boa e má consciência que são tão importantes nas Constelações.
A boa e a má consciência não têm relação com o bom e o mau, e sim com o vínculo à família e com a separação dela. Cada um sabe intuitivamente o que deve fazer para pertencer à família. Uma boa consciência significa: eu sinto que tenho o direito de pertencer. Se alguém se desvia disso, teme perder o pertencimento. Portanto, uma má consciência significa: tenho receio de perder o meu direito de pertencer.
Sentimos a boa e a má consciência de formas diferentes em diferentes grupos. Em relação ao pai temos uma consciência diferente da que temos em relação à mãe, e no trabalho temos uma consciência diferente da que temos em casa. Sob a influência da consciência que sentimos, algumas vezes excluímos pessoas da família, como aqueles que pensamos que são maus ou dos quais temos medo. Quando isso acontece, alguém será posteriormente condenado a representar o excluído. A tal ligação inconsciente com uma pessoa excluída podemos chamar de “emaranhamento”. Nestes casos os membros familiares que até então ignoraram essas pessoas precisam finalmente olhar para elas. Depois disso as crianças estarão livres.
Estas são duas questões básicas que devemos considerar quando queremos ajudar crianças difíceis.