“Todas as crianças são boas”
– Bert Hellinger
Muitas crianças têm doenças, problemas ou comportamentos difíceis porque assumem algo pelos seus pais.
Elas olham para o que os adultos se recusam a olhar. Elas “trabalham” para adultos que permitem que elas se sacrifiquem.
Geralmente os pais não querem prejudicar seu filhos, mas quando um adulto se recusa a lidar com certas questões então uma criança tenta fazer isso em seu lugar – e falha, pois quem tenta assumir algo por quem veio antes sempre fracassa.
Uma questão recorrente é quando há uma exclusão no sistema familiar. Quando alguém é excluído, um descendente irá representá-lo e essa é a causa de diversos problemas em crianças. Nestes casos, quem ignorava o excluído precisa finalmente olhar para ele. Somente quando o excluído é visto a criança fica livre.
Outra questão acontece quando a criança quer “ajudar” os pais quando estes estão sofrendo. Ela diz internamente: “Eu assumo isso por você” ou “Vou morrer em seu lugar”. Isso acontece por amor – mas trata-se de um amor cego que causa na criança comportamentos agressivos, vícios ou até suicídio.
Mas é importante observar que a criança só se coloca nesse lugar se o adulto diz internamente: “Sim, você faz por mim.”
Quando isso se apresenta em uma constelação, a solução é o adulto poder olhar para a verdade e dizer para a criança algo saudável como: “Não! Isso é meu e eu cuido dos meus assuntos. Você é pequena demais.”
E então a pessoa pode cuidar da situação de forma adulta, tendo um aprendizado e se fortalecendo. Para uma criança é um alívio ver seus pais agindo assim, pois ela então descobre que também que é possível ser feliz mesmo depois de um sofrimento.
Por isso não se faz constelação com crianças: constelar implica que a pessoa deve agir, tomar decisões e ser responsável. Uma criança não toma decisões e não pode ser responsabilizada, por isso as constelações são feitas com adultos – e por isso também só têm efeito quando quem constela assume verdadeiramente esta postura de adulto.
(Texto de Marcos Alexandre. Reprodução permitida com crédito para o Boletim CONSTELAR de Marilise Einsfeldt.)
Assista aqui à live com Marilise Einsfeldt e Marcos Alexandre falando sobre este assunto