As dinâmicas entre vítimas e perpetradores


A abordagem fenomenológica permite uma visão ampla e isso é especialmente revelador e libertador nas dinâmicas entre vítimas e perpetradores – pois em vez de olharmos apenas para as pessoas podemos olhar para elas, seus sistemas familiares e tudo que está além disso. 

Com esse tipo de visão ampla os emaranhamentos podem vir à tona e muito pode ser entendido e solucionado na conexão que existe entre vítimas e perpetradores envolvidos em uma questão.

Esse é o significado do não-julgamento ensinado por Bert Hellinger: perceber que essa conexão vai muito além do nosso entendimento.

Mesmo estudando constelações a fundo, muitas pessoas não conseguem entender isso e afirmam que o não-julgamento se trata de que todas as coisas ou pessoas são iguais. Isso não é verdade. Esse não é o significado do não-julgamento.

Entender o princípio do não-julgamento é essencial para que se realize uma constelação, pois só assim o constelador não interfere no campo e abre oportunidade para que uma imagem de solução se torne visível ao cliente. É esta postura também que propicia que o cliente tenha sua própria força. 

Quando o constelador não sabe ou não consegue fazer isso, ele fica emaranhado no destino do cliente, da família dele, das vítimas e dos perpetradores – e a constelação não tem resultado. 

Como a consciência familiar segue suas próprias regras de compensação e equilíbrio através das gerações, uma pessoa que sofre uma aparente tragédia ou injustiça pode estar saldando a dívida de um membro de uma geração anterior.

Exemplos disso são as constelações feitas por Hellinger com descendentes de membros do regime nazista, as quais mostravam claramente que estes descendentes se identificavam com as vítimas de seus antepassados. 

Vemos assim que as dinâmicas entre vítimas e perpetradores envolvem culpa e sofrimento em nome do amor e do equilíbrio.

Portanto, não-julgamento significa admitir que não sabemos toda a verdade por trás dos acontecimentos.

A abordagem das constelações nos coloca em contato com tudo isso e abre um caminho de reconciliação.

Assista aqui à live com Marilise Einsfeldt e Marcos Alexandre que aborda esse tema