As constelações nos mostram que o pertencimento ao sistema familiar é uma necessidade básica. “Devido a esse desejo pelo vínculo, estamos dispostos a ficar doentes e deficientes”, diz Bert Hellinger no livro A cura.
Essa é uma das explicações para os casos de pessoas com deficiência.
Frequentemente nos compadecemos das pessoas deficientes e suas famílias como se estivessem enfrentando um castigo. Porém se compreendemos tudo que há por trás disso podemos também tomar a vida como ela é, inclusive com suas limitações. E isso é essencial para todos os envolvidos.
Os pais muitas vezes buscam um culpado para a deficiência, mesmo que apenas secretamente. Desta forma há uma desconexão entre eles e com a própria criança, o que só vai causar mais sofrimento. Com uma visão mais ampla, os pais podem se fortalecer mutuamente e potencializar os cuidados com o filho. “O que ajuda os pais nessa situação? Quando reconhecem o seu destino e também o destino do filho como um movimento do espírito que os conduz, assim como seu filho, em direção a um caminho especial. Nesse caminho ambos recebem uma força e um significado que podem alcançar apenas através desse destino”, diz Bert Hellinger no livro O amor do espírito.
Os irmãos saudáveis também podem inconscientemente não conservar a saúde ou deixar de viver plenamente por uma lealdade à pessoa que está em desvantagem. Porém isso causa um peso ainda maior a quem é deficiente. A solução aqui é estabelecer uma compensação em outro nível, respeitando o destino de cada um e permitindo que os irmãos participem das conquistas uns dos outros. Assim cada um fica livre para se desenvolver.
A pessoa que nasce com deficiência tem um destino peculiar pois além de envolver um grande amor, não se trata de um destino individual: os familiares são também chamados para uma responsabilidade maior.
Então vemos como é importante perceber que quando uma pessoa é deficiente e tem necessidades especiais, suas limitações são apenas físicas. A alma continua sublime – e nela se encontram as soluções. A constelação tem então efeitos libertadores para a pessoa com deficiência e também para seus familiares.
(Texto de Marcos Alexandre. Reprodução permitida com crédito para o autor e para o Boletim CONSTELAR de Marilise Einsfeldt.)
Assista aqui à live com Marilise Einsfeldt e Marcos Alexandre sobre este assunto