A constelação nos mostra que o primeiro passo no caminho para o sucesso é “tomar” os pais. Mas isso não é sinônimo de aceitar nem de conviver: é muito mais profundo.
Alcoólatras, criminosos e pessoas agressivas são pais tão bons quanto pessoas sóbrias, honestas e amorosas – pois pais bons são os pais que dão a vida.
O zelo pela vida vem depois e pode vir tanto de pais biológicos como de pais adotivos ou outras pessoas que podem cuidar de uma criança.
Mas para que alguém possa cuidar de uma vida, primeiro essa vida teve que existir. Por isso os pais biológicos são os mais importantes: porque nos deram a vida.
Perante nossos companheiros somos iguais. Perante os irmãos estamos no mesmo nível respeitando a hierarquia de quem chegou primeiro. E perante nossos filhos sempre seremos os maiores.
E somos todos pequenos perante nossos pais, do jeito que eles são ou foram.
Para tomar os pais é preciso vê-los não como o homem e a mulher que nos geraram – pois o homem e a mulher são seres humanos com falhas e limitações. É preciso vê-los como os portais que nos trouxeram ao mundo. São duas pessoas que independente de qualquer coisa escolheram ser um canal para que nós chegássemos até aqui.
Entre si eles são homem e mulher, cada um com uma personalidade. Para os filhos eles não podem ser homem e mulher pois eles são os pais.
Os filhos não devem reverenciar nem agradecer o homem e a mulher pois os filhos também são homens ou mulheres como eles. Os filhos devem reverenciar e agradecer os pais a quem nunca poderão retribuir a vida.
E isso nada tem a ver com convivência, pois honra e gratidão não são sinônimos de convivência.
Às vezes não se convive com os pais porque eles morreram, são desconhecidos, não quererem conviver com os filhos ou são pessoas agressivas que têm seus motivos e o direito de continuarem assim e que arcam com as consequências desta escolha, e não há sentido em conviver com quem nos agride.
Devemos honrar a vida e ter gratidão por esse grande presente que recebemos, sem julgamentos – pois não cabe a um filho julgar a quem lhe deu a vida.
Tomar os pais portanto é diferente de aceitar.
Aceitar é uma postura passiva e tomar é a atitude expansiva de reconhecer o valor da vida sem questionar nada. Trata-se de nos colocarmos pequenos diante dos pais sem julgar e sem precisar de mais nada além da vida que recebemos deles.
Uma constelação nos ajuda a tomar o pais e a nos libertarmos de pesos, responsabilidades e julgamentos, resolvendo assim muitas questões e nos permitindo caminhar para uma vida melhor.
(Texto de Marcos Alexandre. Reprodução permitida com crédito para o autor e para o Boletim CONSTELAR.)